O Dão ficou desde sempre afamado pela produção de vinhos de mesa com um perfil muito particular: vinhos nobres, elegantes, boas escolhas para acompanhar variadas criações gastronómicas, com elevado potencial de guarda e até com algumas semelhanças com a prestigiada região francesa da Borgonha. Já no século XIX era significativa a exportação de vinhos do Dão para França e Brasil. Todas estas características foram sendo reconhecidas e apreciadas pelos consumidores, com o Dão a assumir-se como região privilegiada no país para a produção de vinho.
Todavia, a partir das décadas de ’60 e ’70 do século XX, a produção dos vinhos do Dão foi-se deteriorando, uma vez que se começou a apostar mais no volume de produção e menos na qualidade. As adegas cooperativas dominavam o mercado e o Dão ressentiu-se de toda a orientação seguida nessa época.
Depois de uma certa “travessia do deserto”, o Dão foi retomando o caminho mais correcto, sobretudo a partir de meados da década de 90, momento em que se começou a verificar uma melhoria muito significativa da generalidade dos vinhos da região, o que tem permitido um renascimento fantástico, muito devido ao investimento de pequenos vitivinicultores na região donde surgiram os vinhos de Quinta. Exemplo disso são a Quinta da Pellada/Saes, Quinta dos Roques, Quinta dos Carvalhais, entre outros.
Às novas práticas vitícolas e às novas tecnologias de vinificação aliou-se um espírito empreendedor de querer fazer melhor, com resultados que têm provado que as novas opções têm sido as mais correctas. Algumas das mais importantes empresas de vinho portuguesas estão representadas no Dão, somando-se inúmeros produtores privados que têm conseguido vinhos de quinta de qualidade já reconhecida.