A história deste espaço, anteriormente denominado de Paço Episcopal do Fontelo, remonta ao século XII (ano de 1122) quando o Bispo D. Odório recebe como doação a herdade do Fontelo por parte de D. Maria Seseriquiz.
O Paço começou a ser edificado em 1399, pelo Bispo D. João Homem, e em 1426 iniciou-se a construção da Capela de Santa Marta.
No século XVI (de 1526 a 1547), o Bispo D. Miguel da Silva, que vivia em Itália, regressou a Portugal. O Rei D. João V, que por não gostar que os seus Bispos levassem uma vida extravagante, ordenou que o Bispo D. Miguel da Silva regressasse a Viseu. Este regressou a Viseu, acompanhado pelo arquiteto italiano, Francesco Cremona, que iniciou importantes reedificações no Paço Episcopal.
Remodelou a Capela de Santa Marta para o estilo renascentista, visível, ainda, através da sua cobertura em forma de cúpula e pelas marcas de granito. A Capela de Santa Marta foi decorada com retábulos, entre os quais “Cristo em Casa de Marta”, elaborado pelo pintor contemporâneo Vasco Fernandes, que atualmente está presente no Museu Grão Vasco.
D. Miguel da Silva mandou também construir o jardim renascentista do Paço do Fontelo, inspirado nos jardins italianos. Para além de ter sido o primeiro jardim do Paço, foi também o primeiro a ter árvores importadas, com um pinheiro importado do Brasil.
Até ao século XIX, o Paço Episcopal do Fontelo era utilizado como casa de férias e repouso dos Bispos, pois a sua residência oficial localizava-se no atual Museu Grão Vasco de Viseu. Com as invasões francesas, o General Massena ordenou a saída dos Bispos da sua residência oficial e transforma o Museu Grão Vasco no seu quartel e hospital militar.
Desta forma, o episcopado instala-se definitivamente no Paço Episcopal do Fontelo. Em 1910 instaura-se a implantação da República e o Estado Português retira todos os edifícios pertencentes à Igreja, passando o Paço do Fontelo a pertencer ao Ministério da Defesa e da Guerra, que posteriormente transforma o Paço em prisão militar.
Aquilino Ribeiro, um famoso escritor romancista da cidade, esteve preso nestas instalações em 1907 e passado um ano conseguiu fugir desta prisão, tendo reportado toda a história num dos seus livros.
Com o 25 de Abril e com o regresso das famílias de ex-colónias, o Paço Episcopal do Fontelo foi escolhido como o lugar de acolhimento para estas famílias.
A recuperação deste edifício foi feita em conjunto com a Câmara Municipal de Viseu e com a Comissão Vitivinícola Regional do Dão, tendo por objetivo ser a sua sede. Em 2004 foi inaugurado e foi designado de Solar do Vinho do Dão, sendo a atual sede da Comissão Vitivinícola Regional do Dão.